Olhando para esta programação fica clara a complexidade que é pensarmos e agirmos a partir da lógica da Promoção em Saúde. Vejam só!
Data: 28 a 30/05.
A Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP realizará o Seminário: "A Cracolândia muito além do crack", a realizar-se nos dias 28/05; 29/05; 30/05, no Anfiteatro João Yunes, sendo que no dia 28 ocorrerá das 18h00 às 21h00 e nos demais dias das 09h00 às 18h00.
http://www.fsp.usp.br/site/dcms/fck/crack2.pdf
domingo, 27 de maio de 2012
sábado, 26 de maio de 2012
A pesquisa qualitativa na Promoção em Saúde - aula 24/05/12
As discussões sobre
a Promoção em Saúde pautam temas como a necessidade de fortalecimento da
autonomia dos sujeitos, a ideia do empowerment – que consiste em que o
indivíduo perceba suas necessidades e, a partir delas, modifique o ambiente de
modo a criar espaços para o exercício de sua autonomia -, bem como apontam para
uma educação de caráter dialógico, visando à conscientização dos sujeitos.
Considerando o
exposto, é de se esperar que as pesquisas quantitativas realizadas no campo da
Promoção em Saúde não deem conta de expressar em números todos os dados que
emanam desses processos, uma vez que muitos deles não são passíveis de
mensuração e quantificação. Não podemos, por exemplo, dizer que a autonomia de
alguém aumentou 50% após uma intervenção, ou que 50% de um grupo de indivíduos
passaram a realizar suas ações de forma “mais consciente”.
Nesse contexto é que
se faz necessária a pesquisa qualitativa, a qual vai olhar para os fatores/questões
que interferem na subjetividade dos sujeitos e que a pesquisa quantitativa não
é capaz de apreender.
Ao contrário da
pesquisa básica, a pesquisa qualitativa não analisa questões pontuais (olho do
falcão), mas adota uma postura que considera o contexto como mais importante
(olhar do Romeu), tornando-se o pesquisador, inclusive, parte dele. Tanto assim
o é, que o desenho que orienta uma pesquisa qualitativa difere e muito dos
padrões de referência que organizam as pesquisas tradicionais (básica e quantitativa).
Na pesquisa
qualitativa, a questão que norteará o trabalho surge do contexto, ou seja, das
relações entre os indivíduos e das práticas que se observam em determinado
ambiente, enquanto que, no modelo tradicional, a pergunta já vem com o
pesquisador. Em relação ao método, este é escolhido após o surgimento da
questão norteadora e deve ser capaz de respondê-la, ainda que para isso o
pesquisador precise aprender novos métodos, caso aqueles de seu domínio não
sejam adequados para aquela situação.
A validade do método
na pesquisa qualitativa não é algo que se considere imprescindível, já que não
se procura de fato a reprodução dos resultados, posto que um contexto jamais
será igual a outro. “Os pesquisadores qualitativos estudam pessoas em ambientes
naturais e tentam entender ou interpretar os significados que as pessoas
atribuem às suas experiências” (Denzin, 2000 apud Driessnack, 2007).
Humanização das relações pesquisa x participantes
Pressupostos freireanos
estabelecem uma relação dialógica e horizontalizada entre pesquisa e
participantes, possibilitando que a pesquisa possa identificar necessidades dos
participantes e contribuir para a reflexão e construção crítica dos mesmos. Sendo
assim, percebe-se uma humanização na pesquisa qualitativa, na qual visa o
acolhimento, diálogo, visão holística do ser humano, boa assistência e
relacionamento interpessoal e até humanização em relação à política pública e
cotidiano dos serviços, considerando o direito à saúde.
Neste contexto, podemos
concluir que tal proposta humanizadora pode subsidiar a forma de caminhar no
trabalho dos profissionais do SUS, por exemplo, visando resgatar uma visão
dinâmica do mundo, de saúde e de homem, tratando este como cidadão.
Referências bibliográficas
TURATO, E. R. Métodos
qualitativos e quantitativos na área da saúde: definições, diferenças e seus
objetos de pesquisa. Rev. Saúde Pública [online]. 2005, vol.39, n.3, pp.
507-514.
DRIESSNACK, M.; SOUSA, V. D.;
MENDES, I. A. C. Revisão dos desenhos de pesquisa relevantes para enfermagem:
part 2: desenhos de pesquisa qualitativa. Rev Lat-Am Enfermagem. 2007, vol. 15,
n. 4, 5 pg.
sexta-feira, 25 de maio de 2012
Visita Técnica a Curitiba
Nos dias 18 a 20 de maio de 2012, os alunos
do curso de CAF fizeram uma visita técnica para a cidade de Curitiba sob a
orientação do Profº Douglas R. Andrade da disciplina Estudos Avançados em Saúde
Pública e Atividade Física, com o objetivo de conhecer o trabalho integrado das
Secretarias da Saúde e de Esporte, Lazer e Juventude.
Então,
como descrever a sensação e todo o aprendizado de estar na cidade de Curitiba? Ah! Curitiba, a cidade que é o sonho de
qualquer educador físico, quantas opções e quão importante é o apoio que os
profissionais recebem da secretaria de esporte e lazer. Permitimo-nos usar um
linguajar mais informal, justamente por participar de duas disciplinas que tem
um tratamento horizontal junto aos alunos. Estudos Avançados em Saúde Pública e
Promoção em Saúde são duas matérias que nos dão essa oportunidade de poder
expressar e compartilhar nossas experiências pessoais. Em qualquer lugar que
Paulo Freire estiver sem dúvida ele estará muito contente com a Educação
dialógica que ele tanto lutou para ser implementada e que nos é proporcionada
em sala de aula e em visitas técnicas.
Foi
uma das melhores experiências
vividas ao longo da graduação do curso de CAF, desde o primeiro momento o
aprendizado foi contínuo, tanto no que se refere a questões acadêmicas quanto
sobre ensinamentos para a vida, foi possível vivenciar momentos de
cumplicidade, sociabilização, companheirismo, cuidado com o próximo, respeito
ao outro, conviver com colegas do curso de todos os anos, e que felizes
descobertas conhecer essas pessoas.
Observar uma referência e uma estrutura modelo é inspirador e nos leva a atualizar nossos paradigmas no que se refere ao que deve ser de fato feito pelo ser humano em nosso papel de futuros profissionais da atividade física. O aprendizado é aquela riqueza que não se perde e que se multiplica cada vez que transferimos. O mestre é, portanto, o multiplicador da maior riqueza de todas: o conhecimento.
Sem Demagogia, no campo
da Saúde, Professor Douglas e Professora Marília tem nos apresentado o que há
de melhor para a formação de um bom profissional, e a viagem a Curitiba foi uma
grande contribuição, é claro que precisamos ser realistas, ter os pés no chão,
entender que problemas existem, e que Curitiba não é uma cidade perfeita,
podemos observar que ainda há muito por fazer, mas com certeza eles estão no
caminho certo.
Temos que aprender com
quem de fato está mais avançado no campo da promoção à saúde e a cidade que
visitamos é um belo exemplo. Repleta de parques bem cuidados, com inúmeras opções
para esporte e lazer, a cidade apresenta ao cidadão um leque de opções que fica
irresistível permanecer em casa, somente por alguma limitação muito grande é
que as pessoas não usam os locais para a prática de atividade física.
Organização, educação, seriedade e
competência são algumas palavras que definem o trabalho feito na promoção da
saúde através da atividade física na cidade de Curitiba. A Secretaria Municipal do Esporte, Lazer e
Juventude - SMELJ - de
Curitiba, tem como missão fomentar práticas de esporte, lazer e atividades
físicas ao cidadão curitibano para seu bem estar, promoção social e inserção na
sociedade.
Palestra da SMELJ
Para maior eficiência, a SMELJ desenvolveu o Centro de Referência Qualidade de Vida e
Movimento com a finalidade de subsidiar os profissionais da Secretaria
Municipal do Esporte e Lazer com estratégias e opções voltadas ao
desenvolvimento de atividades físicas, esportivas e de lazer; desenvolver
campanhas educativas para aquisição de hábitos saudáveis e estabelecer parcerias
com instituições públicas e privadas afins. Sua missão é promover políticas
públicas de atividade física, visando à melhoria da qualidade de vida e da
população.
Em um trabalho concomitante e sinergético com
a SMELJ está o Grupo de Pesquisa em Atividade
Física e Qualidade de Vida - GPAQ
- que tem como objetivo investigar a relação
entre a atividade física e os aspectos que afetam a qualidade de vida de
crianças, adolescentes, adultos e idosos. Dessa forma o GPAQ contribui para
melhores intervenções sobre a promoção da saúde e atividade física.
Profº
Adriano Akira Ferreira Hino
Palestra
sobre GPAQ – PUCPR
Foi possível observar que tudo que vimos não é para inglês ver, existe
na realidade um empenho muito grande de implementar programas de promoção em
saúde, e que esses programas tenham adesão e aderência do público, e para isso
são usadas estratégias muito bem elaboradas sempre visando o bem estar das
pessoas.
Vale a pena ressaltar,
que tudo que nos foi apresentado, traz a tona uma grande valorização do
educador físico, e essa valorização nos enche de esperança, pois sabemos que em
algum lugar do país, nossa profissão é vista com bons olhos e percebe-se o
quanto somos importantes para a sociedade. Devemos fazer o mesmo onde moramos.
Finalizando, essa viagem não nos trouxe somente aprendizado estudantil e profissional, tivemos a oportunidade de obter uma grande experiência pessoal, contato com pessoas da nossa área e do meio acadêmico, além do convívio com alunos do nosso curso, fortalecendo a união e promovendo a evolução das pessoas que em breve estarão formadas e atuando no mercado de trabalho. Conhecer uma cidade “modelo” da forma que nos foi apresentada é viver uma experiência singular e com certeza levar o aprendizado para o resto de nossa vida.
O professor Douglas sem dúvida foi um ganho imensurável para o curso de CAF, professor amigo, compreensivo, paciente, que sabe ouvir e falar, que sabe cobrar quando tem que cobrar (“Não hesitarei...”), e deixar livre quando tem de estar livre, que parece entender a cada palavra nossos anseios, isso é um pouco do que pudemos perceber desse professor que mesmo com toda a timidez refletida em seu olhar sabe se comunicar brilhantemente com seus alunos. Obrigado Professor Douglas pela troca de saberes que foi proporcionado aos alunos de CAF e por nos enriquecer como pessoas, alunos e futuros profissionais.
Profº Dr. Douglas R. Andrade
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