domingo, 23 de junho de 2013

A pesquisa qualitativa: o pesquisador como instrumento e as pesquisas na PS

Postagem do grupo 6.


Com o crescimento das pesquisas na área da Atividade Física, tornou-se necessário acrescentar métodos que pudessem permitir um conhecimento com maior profundidade, para além de se quantificar o que se faz,  entender os aspectos  culturais e psico-afetivos do ser humano.

Apesar da dificuldade de se dimensionar esses aspectos acima, foi através das Ciências Sociais e Psicologia que cresceu a abordagem do fenômeno do movimento humano.

Estudar o ser humano é complexo, principalmente sua cultura e vida social, então foi a área de Ciências Sociais, no  século XIX, que surgiu o questionamento de uma melhor forma de melhorar a abordagem esses estudos. Com isso surgiram duas perspectivas teóricas predominantes, são as positivistas e fenomenológicas, sendo que a primeira busca fatos ou causas dos fenômenos sociais e a segunda examinar o mundo como é experienciado pelos grupos ou indivíduos. Então a segunda (fenomenológica) passa a ser a qualitativa, pois necessita de desenvolvimento de métodos que produzem dados descritivos de como os indivíduos enxergam a realidade.

Com isso entendemos então que a metodologia qualitativa permite uma abordagem onde pode-se entender melhor a dinâmica e a complexidade dos fenômenos sociais, no seu contexto natural, sendo uma alternativa para o distanciamento entre o pesquisador, o local e os pesquisados.

A pesquisa qualitativa tem a subjetividade como um parâmetro, fazendo com que o indivíduo se sinta parte do processo, e não apenas um número, podendo então se expressar da melhor forma que ele entende os acontecimento consigo e a sua volta.

Para iniciar uma pesquisa, o pesquisador precisa primeiramente conhecer o local, ter uma análise crítica da situação, quais são as questões existentes, para depois definir qual o melhor método de trabalho. Podemos entender então, que essa deve ser uma abordagem "freireana", onde todos os aspectos já existentes devem ser levados em conta.

Deve-se usar o pensamento sistêmico, pois esse aborda a realidade, sem dividi-la em pedaços, pois só a racionalidade científica não é suficiente para entender o desenvolvimento humano. Como já dito anteriormente, a subjetividade aqui tem papel central, levando em conta a cultura, arte e religiosidade.

Com isso o pesquisador também passa a entender melhor a realidade, do ponto de vista dos pesquisados, enxergando com olhos de quem vivencia o dia a dia, mas sempre lembrando de não perder o sentido inicial da pesquisa, conduzindo sem intervir no resultado, na direção das respostas necessárias para o estudo.

O pesquisador deve ser criativo na busca dos instrumentos que serão utilizados, combinando técnicas e percebendo os limites do que foi escolhido, podendo também usar métodos quantitativos. 

Na área da saúde a visão mais usada é o pensamento cartesiano, mas entendemos que esse não é suficiente para entender os problemas de determinado grupo atendido nas unidades de saúde, pois tem um visão global e generalizada de  como deve ser a prevenção de doenças e os cuidados com a saúde, não levando em conta as características da região e os aspectos individuais do cidadão atendido.

Nesse quadro a pesquisa qualitativa vem ajudar a preencher uma lacuna importante, a distância entre o que as instituições governamentais pensam em como melhorar a saúde do indivíduo, e como o  indivíduo e sua comunidade pensam. Não é possível que se continue com campanhas nacionais, como receitas de bolo, para todas as regiões de um país tão grande  e com características sócio-culturais e econômicas tão diferentes como o Brasil.

Bibliografia:


SILVA, S.A.P.S. A pesquisa qualitativa em Educação Física. Revista Paulista de Educação Física, v. 10 (1), 1996. p.87-98. 

SCHÜTZ,G.R. Et al. Política de periódicos nacionais em Educação Física para estudos de revisão/sistemática Rev Bras Cineantropom Desempenho Hum 2011, 13(4):313-319. http://www.scielo.br/pdf/rbcdh/v13n4/11.pdf






Nenhum comentário:

Postar um comentário